Médici era neto de um
combatente maragato. Sua mãe era uma uruguaia de ascendência basca, da cidade de Paysandu, e seu pai era de origem italiana. Estudou no Colégio
Militar de Porto Alegre. Formou-se oficial na Escola Militar de
Realengo (1924-1927). Foi a favor da Revolução de 30 e contra a posse de João Goulart em 1961.Em abril de 1964, por ocasião do golpe militar de 1964. Em 1969, foi nomeado comandante do III Exército, com sede em Porto Alegre.Com o afastamento definitivo do presidente Costa e Silva, assumiu a presidência da república uma junta militar
por um período de um mês, a qual fez uma consulta a todos os generais do exército brasileiro, que escolheram Médici como novo presidente da república
Governo Médici
Cujo governo foi o mais repressivo da História brasileira.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Na presidência da República
Médici tomou posse no dia 30 de Outubro de 1969,
prometendo restabelecer a democracia até o final da sua gestão. A guerrilha urbana e rural foi derrotada durante sua
gestão, as denúncias de tortura, morte e desaparecimentos de presos políticos que
ocorreram na década de
1970 provocaram embaraço para o
governo brasileiro no cenário internacional. Médici, ao contrário dos
presidentes anteriores no regime militar (Castelo Branco e Costa e
Silva), não cassou mandato de nenhum
político.
Médici recorreu à propaganda, martelando pelos
meios de comunicação o slogan “Ninguém
mais segura este país” e "Brasil, ame-o ou deixe-o". Médici
se apresentava como um homem do povo, apaixonado por futebol e torcedor número
1 da Seleção Brasileira. A conquista do tricampeonato de futebol pela seleção
“canarinho”, na Copa do Mundo de 1970, foi apresentada como mais uma vitória do
governo Médici. Nessa época, além da propaganda oficial, outro fator ajudou
Médici a conseguir apoio de parte da população: o crescimento da economia. E esse
foi o período que o país viveu o chamado "Milagre Brasileiro":
crescimento econômico recorde, inflação baixa e projetos desenvolvimentistas como o
Plano de Integração Nacional (PIN), que permitiu a construção das rodovias Santarém-Cuiabá, a Perimetral Norte, a Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói.
O “Milagre econômico”
Durante o governo
Médici, a economia brasileira cresceu cerca de 10% ao ano, enquanto a inflação
permaneceu relativamente baixa. Essa combinação interessante recebeu o nome de
“milagre econômico”, onde houve um grande crescimento da classe média. Para estimular o
crescimento econômico, o governo:
·
Conseguiu empréstimos no exterior;
·
Atraiu capitais estrangeiros, concedendo-lhes facilidades para atuar no
Brasil;
·
Baixaram os salários dos
trabalhadores mais pobres.
Boa
parte dos capitais obtidos com os empréstimos e investimentos estrangeiros foi
investido no setor industrial, que
cresceu, puxando pelas indústrias autobilísticas e de eletrodomésticos, tornando-se comum, nas
residências, o televisor e a geladeira. E funcionar a televisão a cores
no Brasil.
O fim do “milagre”
Em 1973, último ano do governo Médici, por motivos internos
externos, o “milagre econômico” começou a das sinais de esgotamento.Triplicaram
o preço mundial do barril de petróleo,o que provocou forte abalo na economia
brasileira, já que cerca de 80% do petróleo que o pais consumia era
importado.Para pagar esse petróleo,o Brasil gastava quase a metade do que
ganhava com suas exportações.Internamente, devido aos baixos salários, a
maioria da população já não conseguia comprar o volume de produtos aqui fabricados.
Com isso, o PIB começou a declinar, e a inflação voltou a
crescer. A dívida externa e a diferença entre os mais ricos e os mais pobres
também aumentaram. Esses fatores, somados, colaboraram para que o presidente
Médici terminasse seu governo com baixíssimo índice de popularidade. O Brasil
tinha passado à condição de décima potência capitalista do mundo, mas osupava
os primeiros lugares quando se tratava de concentração de renda emortalidade
infantil, e um dos últimos lugares quando se tratava de acesso à saúde, à
educação e ao lazer.
Manifestações
Nem
tudo era paz no governo Médici. Se, de um lado, conseguia manter os
trabalhadores sob controle, de outro, os estudantes protestavam contra a perda
de espaço, cada vez maior.
Qualquer
cidadão suspeito de ser “subversivo” – nome que o governo dava aos que
discordavam dele – podia ser detido, torturado e morto, sem que a família
soubesse de seu paradeiro e sem que nenhuma autoridade jurídica fosse
consultada. Universidades forom invadias; professores, jornalistas, artistas,
estudantes, religiosos e militares contrários à ditadura foram perseguidos;
Ao
final do governo Costa e Silva surgiu o famigerado Decreto-Lei 477/69,
proibindo estudantes, professores e funcionários de escola de realizarem
manifestações políticas. O governo Médici foi além, proibindo qualquer
manifestação estudantil, política ou não. Cassados os direitos de cidadania,
foi-lhes retirado até o direito de pensar, como se pensar não fosse um ato
natural de quem estuda.
Resistência Cultural
Também
cresceu a resistência cultural ao Regime Militar, por meio de jornais,
espetáculos teatrais e festivais de música popular brasileira.
Em
junho de 1969, foi lançado no Rio de Janeiro O Pasquim, que com humor,
irreverência, textos leves e engraçados, charges e quadrinhos de cartunistas e
com entrevistas descontraídas, tornou-se “uma pedra no sapato” do Regime
Militar.
Fazendo
coro com os cartunistas, músicos, cantores e compositores também resistiam ao
Regime Militar por meio das chamadas canções de protesto, apresentadas nos
festivais que agitaram a televisão brasileira na época.
Fim do mandato e Morte
Ao fim de seu mandato como Presidente
da República, Médici abandonou a vida pública. Declarou-se contrário à anistia
política assinada pelo presidente João Figueiredo (que havia sido chefe da Casa Militar
durante seu governo) qualificando-a como "prematura".Foi sucedido, em 15 de março de 1974, pelo general Ernesto Geisel.Médici faleceu em 9 de outubro de 1985, aos 79 anos, na cidade do Rio de Janeiro, vítima de insuficiência renal aguda e respiratória devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
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